No jardim de Monet
O jardim em Argenteul, 1873 (Le Jardim de Monet à Argenteul - les Dahlias - óleo sobre tela)
Várias telas expostas no Masp, em São Paulo, em 1997, foram criadas no último período de vida do artista, fase em que produziu grandes obras. Nessa época, Oscar Claude Monet (1840-1926) vivia em Giverny, propriedade adquirida na Normandia. Foi lá que ele cultivou um enorme jardim, construiu estufas e uma ponte japonesa sobre um lago. O jardim, além de receber os cuidados pessoais de Monet, chegou a ser tratado por 14 jardineiros! O amor do pintor pelas plantas pode ser sentido por meio de suas obras: as flores, a ponte japonesa, o lago com ninféias, o roseiral, entre outros exemplos, estão presentes em seus quadros. A ninféias, inclusive, formam um capítulo à parte. Monet cultivava diversas espécies desta planta aquática e passava horas estudando-as. Este “carinho especial” pode ser comprovado em sete telas presentes no Masp, inspiradas nas ninféias e no jogo de imagens que resultavam do efeito criado entre as plantas e a imagem das nuvens refletidas no lago: nuvens e ninféias aparecem compartilhando o mesmo espaço.
Em Giverny, além da casa cor-de-rosa, onde Monet morou até à sua morte, havia o jardim, que ele transformou num “mar de flores” inspirador de inúmeras pinturas, em todas as épocas do ano. A paixão de Monet pela jardinagem, iniciada desde os tempos em que viveu em Argenteuil, encontrou ali, em Giverny, um campo vasto para se desenvolver. Este amor pela jardinagem e por flores raras, além de ser o tema preferido em suas conversas, era compartilhado com amigos, como o escritor Octave Mirbeau que, em certa ocasião, lhe escreveu estas frases numa carta: “Como diz, vamos apenas falar sobre o tratamento das flores, visto que a arte e a literatura são bastante maçantes. Apenas a terra tem importância e amo-a como se ama uma mulher”.
Apesar de já estar perto dos 60 anos, durante os meses de verão Monet levantava-se muito antes do sol nascer, para registrar em seus quadros aquele momento da aurora em que o céu mudava de cor e a névoa ainda pairava sobre o rio. Este sentimento em relação à natureza e à harmonia universal também ficou registrado em palavras, como na afirmação que o artista teria feito à Lila Cabot: “Se sair para pintar, não se esqueça que cada uma das folhas duma árvore tem a importância dos traços do seu modelo”.
A Ponte Japonesa, 1899 (Le Bassin aux Nymphéas - óleo sobre tela)
Ninféias, 1914 (Nymphéas - óleo sobre tela)
Fonte:Jardim de FLores
SENHORA SEMPRE DEVEMOS AGRADECER A TODOS AQUELES QUE CONTRIBUEM PARA DIVULGAR ALGO DE IMPORTANTE PARA NOSSO CONHECIMENTO. A SENHORA É UMA DESSAS PESSOAS. OBRIGADO PELA SUA DEDICAÇÃO E SUA SENSIBILIDADE.
ResponderExcluir